Blog do Jorge Nicola: Dossiê aponta mais de R$ 273 milhões de desvios na Conmebol desde 2010

5 de setembro de 2013

Dossiê aponta mais de R$ 273 milhões de desvios na Conmebol desde 2010

Os clubes brasileiros deram para trás, mas o Corinthians conseguiu reunir uma turma de peso para iniciar uma cruzada contra a cúpula da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Ontem, o Parque São Jorge recebeu Maradona, Romário, Chilavert, Francescoli e Careca, entre outros craques do futebol mundial. E todos exigiram mudanças no comando da entidade.

“Não imaginava que existiam instituições mais corruptas do que a Fifa e a CBF, até me mostrarem os números da Conmebol”, afirmou Romário, revoltado com o conteúdo do dossiê apresentado ontem.

Romário, o corintiano Roberto de Andrade e Maradona no evento no Parque São Jorge
O DIÁRIO teve acesso ao documento, de 98 páginas, que aponta uma série de irregularidades administrativas. A primeira diz respeito ao repasse do dinheiro que a Conmebol deveria fazer aos clubes. Levando-se em conta apenas as edições de 2010, 2011, 2012 e 2013 da Libertadores, deixaram de entrar nos cofres dos times participantes R$ 203,8 milhões — o dossiê garante que a Conmebol não repassou o dinheiro.

Se forem somados os valores da Copa Sul-Americana, a bolada chega a R$ 264,4 milhões. “Não se pode roubar tanto. A situação é muito grave. Vamos montar uma comissão para desmascarar essa gente que faz tanto mal ao futebol”, detonou Maradona, lamentando a ausência de clubes argentinos no encontro.

“Dá vergonha. Peço desculpas ao futebol pelos dirigentes argentinos que se cagaram”, emendou, afirmando que os times de seu país têm rabo preso com Julio Grondona, presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino).

Sumiço/ Outro ponto chave do dossiê diz respeito aos balanços financeiros da Conmebol em 2011 e 2012. De acordo com o relatório, R$ 170,8 milhões que entraram na entidade, por meio de patrocínios e direitos de transmissão de TV, foram completamente ignorados.

“Precisamos dar um basta em tudo isso. É hora de dar a transparência, que nunca existiu, ao futebol sul-americano”, disse Francescoli, craque do Uruguai nas décadas de 80 e 90. Já Chilavert, goleiro que marcou época pela seleção paraguaia, traçou um triste cenário. “Hoje, temos clubes pobres e dirigentes multimilionários.”

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