Blog do Jorge Nicola: Exclusivo: entrevista com o corintiano Mario Gobbi

19 de julho de 2013

Exclusivo: entrevista com o corintiano Mario Gobbi

Na tarde de ontem, estive no quinto andar do prédio administrativo do Parque São Jorge. É lá, em uma sala ampla, bem decorada e com linda visão, que o presidente Mario Gobbi despacha. Ainda sob a euforia do título da Recopa, ele concedeu essa entrevista exclusiva, publicada em duas páginas no Diário de S. Paulo de hoje. Confira:

Como está se sentindo depois do sétimo título em cinco anos e meio?
Um pouco cansado, por causa das poucas horas de sono. Porém, muito mais leve e aliviado com outro título, que faz bem demais.

O Corinthians tem hoje o melhor elenco de sua história?
Difícil responder a uma pergunta assim, mas o time é, de fato, muito bom. Essa pergunta me remete a 2009, quando enfrentamos o São Paulo. Ao final do jogo, procurei o Mano Menezes e falei: “que time o São Paulo tem”. O Mano foi profético: “Eles estão montando esse grupo há anos. Mas a gente também vai ter um timaço no futuro”. E está tendo.

O que o senhor falou aos jogadores naquela roda do vestiário depois do título?
Eu saudei o Júlio César, o Alessandro e o Chicão, que estiveram comigo desde o começo. Eles são os únicos remanescentes e ganharam os oito títulos desde 2007.

O Alessandro pretende se aposentar em dezembro. Vai utilizá-lo em algum outro cargo no Corinthians?
O Alessandro vai continuar conosco. Estamos falando de uma pérola, porque ele é íntegro, leal, educado, experiente... Tenho certeza de que ele será um excelente gerente, assim como o Edu Gaspar.

E o Chicão?
No mesmo dia em que fizemos a proposta de renovação para o Sheik, a fizemos para o Chicão. Ele deve estar pensando, analisando... e ainda faltam cinco meses para o fim do contrato. Há bastante tempo.

A pressão sobre o presidente do Corinthians é maior ou menor do que imaginava?
Eu diria que é como eu imaginava. Trata-se de uma grande dicotomia, afinal, estou diante de uma honra incomparável e de uma responsabilidade tão grande ou maior.

Seu antecessor, Andrés Sanchez, vive dizendo que perdeu muitos amigos enquanto foi presidente alvinegro. Aconteceu o mesmo com o senhor?
Somos muito diferentes, né? Sou mais reservado. Posso dizer que não perdi qualquer amigo. E mais: minha agenda de celular não acrescentou qualquer contato desde que me tornei presidente.

É verdade que o senhor e o Andrés estão rompidos?
É mentira. Você acha que, se estivéssemos brigados, eu teria dado ao Andrés a administração do nosso estádio, que é o maior patrimônio do clube? A gente se fala quase diariamente. E eu, inclusive, dediquei o título da Recopa a ele.

Qual foi seu grande acerto após um ano e meio como presidente do Corinthians?
Ter descentralizado totalmente o poder no clube. Cada um dos 17 diretores é o presidente em sua área. Eu tenho o controle do clube e o comando é meu, mas não gosto de decisões tomadas por uma só pessoa.

Foi o senhor quem decidiu descartar a ideia de o time sair da Libertadores após a punição da Conmebol, correto?
Foi mesmo, mas eu já tinha até marcado uma reunião de diretoria para tratar do tema. Antes, porém, fui com o Ronaldo Ximenes (seu braço direito no Timão) para as ruas ouvir a torcida. E todos deixaram claro que queriam a continuidade do Corinthians na Libertadores. Cancelei a reunião e decidi com total convicção.

Quem é melhor: Mano Menezes ou Tite?
Não dá para dizer, porque eles têm estilos muito parecidos e se completam. Ambos me impressionaram muito.

O ciclo do Tite no Timão se encerra no final do ano?
Pode escrever uma coisa: o Tite vai ficar comigo aqui até o fim do meu mandato, em dezembro do ano que vem. Eu não abro mão dele. O Tite só sai sobre o meu cadáver.

Você se incomoda com o pouco aproveitamento dos jogadores da base na equipe principal do Corinthians?
Não. Está bem claro para mim que, durante esse um ano e meio de gestão, ainda não colhemos os frutos. Mas é preciso lembrar que nossa base está fragmentada: metade em Guarulhos, metade na Fazendinha.

O time campeão da Copa São Paulo de juniores em 2012 não é usado no profissional.
O que eu posso dizer é que estamos em meio a uma reformulação completa na base. Tiramos mais de 80 jogadores, trocamos treinadores, alteramos equipes técnicas. E esse processo leva algum tempo. Estamos no caminho certo e, em dois anos, os resultados vão começar a aparecer.

O Roberto de Andrade, seu diretor de futebol, será o candidato da situação à presidência na próxima eleição?
Ainda é muito cedo para falar em processo eleitoral. Não vejo vantagem em antecipar tanto esse assunto. A minha candidatura só foi anunciada a três meses da eleição.

4 comentários:

  1. Eles não perderam para o SP em 2009. Ele se confundiu?

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    1. Um amigo meu também havia constatado isso. Imagino que ele deva ter se confundido realmente.

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    2. Obrigado Jorge!! Faço minhas as palavras do conselheiro Sílvio.

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