Diante da obsessão da torcida são-paulina por Muricy Ramalho, passei os últimos dias me perguntando: por que a diretoria tricolor não quer o treinador? Ele mesmo admitiu na segunda-feira para mim que não havia recebido qualquer ligação.
Comecei a dar meus telefonemas para pessoas influentes do Tricolor e a constatação foi rápida: política. Primeiro, porque o vice-presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, possível candidato à presidência pelo grupo de Juvenal Juvêncio em abril do ano que vem, detesta Muricy.
Mas não é só. Para minha surpresa, garantiram que Muricy também é visto pela diretoria tricolor como muito ligado a Marco Aurélio Cunha, ex-superintendente de futebol são-paulino e principal ameaça à vitória do grupo da situação na eleição.
Marco Aurélio deverá lançar a candidatura pela oposição até o mês de outubro.
O temor de Juvenal Juvêncio é que bons resultados do time sob o comando de Muricy sirvam de propaganda política para Marco Aurélio — os dois são amigos desde os tempos em que o treinador ainda atuava como jogador, no próprio Tricolor.
Efeito Ganso
Muricy Ramalho tem convicção de que faria Ganso voltar a jogar bem caso fosse contratado pelo São Paulo. “Eu sei exatamente como ele joga, né? Já trabalhamos juntos no Santos”, explica o treinador.