Depois de eliminar Coritiba e Ponte Preta, o pequeno Nacional, do Amazonas, é a grande surpresa das oitavas de final da Copa do Brasil. O time, que disputa a Série D do Brasileiro, tem a folha salarial mais modesta entre os 16 participantes. E bota modesta nisso. Os R$ 200 mil que bancam os 29 jogadores do clube manauara por mês não pagam sequer o salário do santista Edu Dracena, do flamenguista Felipe e do são-paulino Juan. Nesta entrevista para o blog, o presidente do Nacional, Mário Cortez, fala sobre o azarão do ano.
A campanha do Nacional o surpreende?
Tenho que admitir que estou vendo meu time com muita alegria, satisfação, mas sem surpresa. Eu sempre soube que estava montando um time suficientemente bom.
Mas para eliminar rivais como Coritiba e Ponte?
Comecei a acreditar de verdade quando batemos o Coritiba, na segunda fase. Enfrentamos um clube que está brigando pela liderança do Brasileiro e vencemos por 4 a 1 em casa. Alí, ficou claro que poderíamos ir longe.
Há rumores de que o Coritiba e a Ponte perderam de propósito, para jogar a Copa Sul-Americana, contra adversários teoricamente mais fáceis. Como recebe isso?
Acho pura balela. A Ponte Preta, por exemplo, chutou duas bolas na nossa trave, que poderiam ter mudado o classificado. Não acho que alguém disposto a entregar dá pressão no adversário, como aconteceu aqui na quarta-feira.
O Nacional vai enfrentar um grande time na próxima fase da Copa do Brasil. O senhor tem alguma preferência?
Se a Arena Amazônia estivesse pronta (será o estádio de Manaus para o Mundial de 2014), eu diria que gostaria de enfrentar o Flamengo, porque certamente iria parar a cidade. Mas, como só temos à disposição um estádio para seis mil pessoas, tanto faz o adversário. Seja Fluminense, Corinthians, Palmeiras ou qualquer outro, vamos vender todos os ingressos.
Qual a folha salarial do Nacional?
Cerca de R$ 200 mil por mês.
Com essa folha, é possível encarar os gigantes do país?
O que eu posso dizer é que nosso objetivo é a Série D. Precisamos ficar entre os quatro melhores, para subirmos para a Série C, se não nem teremos campeonato a disputar no segundo semestre do ano que vem. A Série D é o purgatório do inferno. Já o que vier da Copa do Brasil é lucro.
Quanto o Nacional investiu para montar esse time?
Prefiro não falar sobre valores.
Mas é verdade que a prefeitura de Manaus ajudou com dinheiro?
Quase todos os times do Amazonas tiveram um reforço de caixa. Não é muita coisa se comparada ao orçamento dos grandes da Série A, mas que tem feito a diferença para a gente.