Blog do Jorge Nicola: Edson Pimenta: 'não dá para fazer omelete sem ovos'

7 de agosto de 2013

Edson Pimenta: 'não dá para fazer omelete sem ovos'

Pimenta só venceu uma vez no Brasileiro
Detestado por dez entre dez torcedores da Portuguesa, Edson Pimenta quebrou o silêncio e falou com o blog sobre sua passagem conturbada pelo Canindé. Nesta entrevista exclusiva, ele criticou a qualidade do elenco, negou conflito com os jogadores e não descartou voltar um dia ao Canindé.

Blog do Jorge Nicola - Qual avaliação faz de seus quatro meses à frente da Portuguesa?
Edson Pimenta - Acho que fui bem, principalmente se levarmos em conta até o jogo contra o Santos. Eu ganhei do Fluminense, empatei com uma equipe poderosa como a do Internacional, empatei com o Cruzeiro... Foi uma passagem aceitável.

Mas o time só venceu uma partida no Brasileiro com você.
Só que não dá para fazer omelete sem ovos, né? Pode reparar que todo mundo falava que o problema era eu, mas, desde que saí, os resultados continuam péssimos (empate com o Criciúma no Canindé por 1 a 1 e derrota para o Vitória por 2 a 1 no Barradão).

Como você viu o fato de a torcida comemorar sua demissão?
Eu que pedi demissão. Já havia colocado meu cargo à disposição contra o Goiás, mas não aceitaram. Depois de perdermos do Atlético-PR, no sábado, voltei a entregá-lo. A diretoria pediu um tempinho para responder e no domingo aceitou.

Mas a torcida o detestava.
Era só parte da torcida e isso tem a ver com o momento político. Estamos às vésperas da eleição para presidente. Eu conheço bem como as coisas funcionam no Canindé. Os que me xingavam estavam interessados em desestabilizar o time de olho na eleição.

Muitos alegam que não gostavam de você pela sua falta de experiência. Outros diziam ter se revoltado quando você falou que "torcedor da Portuguesa não faz sexo em casa e vai para o Canindé descontar a raiva no treinador". 
Eu não quis ofender à coletividade. Muito pelo contrário, tenho o maior respeito pela torcida da Portuguesa. Estava me referindo à meia dúzia de pessoas chatas. Só que a imprensa desvirtuou tudo.

É verdade que você era detestado pelos jogadores?
Mentira. Todos gostavam muito de mim. Inclusive, vários me ligaram para dizer que estavam tristes com a minha saída da Portuguesa.

Fiz a pergunta porque um jogador que foi titular durante toda sua passagem me ligou uma vez para garantir que o Valdomiro e os garotos da base eram os únicos que gostavam de você e do Candinho.
Eu nem tinha tanta relação assim com o Valdomiro. Eu me dava muito bem com o Luís Ricardo, com o Lima, com o Correa.

Se pudesse voltar no tempo, teria feito algo diferente?
Nada.

Qual era sua autonomia na Lusa?
Era total. Eu escalava o time, indicava a contratação dos jogadores... o Bruno Morais, o outro Bruno (Henrique) e o Neilson chegaram por minha indicação.

Acha que existe clima para você voltar um dia ao Canindé?
Tudo é possível. Nunca vou dizer que dessa água não beberei. Se eu receber um convite e for viável, aceitarei numa boa.

Como viu o fato de seu filho ter ameaçado o jornalista Alexandre de Barros na sala de imprensa da Lusa, durante sua última coletiva?
Não tenho conhecimento desse fato.

Já decidiu o que fará da vida daqui para frente?
Vai depender muito do que aparecer. Eu já fui treinador, auxiliar, coordenador... experiência não falta. Vou aguardar por propostas de clubes estruturados.